terça-feira, 12 de março de 2013

DEIXE DE LADO O INTERESSE PESSOAL::EXPERIMENTE, É DIFICIL, MAS VALE A PENA.



Alef Nun Nun

Sem interesse pessoal.

Ao cortar os laços com que amarrei meus atos de doação no passado, abro espaço para o puro ato de compartilhar, dando aos outros com o único objetivo de conexão com a Luz.

Quaisquer favores ou retribuições que tenha esperado em troca, deixo agora de lado -- porque eles criam conexões falsas.

Darei amor incondicional e Luz para todos ao meu redor e colherei benefícios ainda maiores, acessando a fonte suprema de força.


Os kabalistas ensinam que para nos conectarmos com a Luz do Criador precisamos ser como o Criador. Semelhante atrai semelhante. Como o Criador dá amor e compartilha incondicionalmente, tornar-se um ser de amor e de compartilhar, é uma ferramenta para nos conectarmos com Ele.

Mas o que significa exatamente tornar-se um ser de amor e de compartilhar?

Muitas pessoas acham que um simples ato de dar é suficiente, mas este não é o caso. Compartilhar espiritualmente significa que abrimos mão de alguma coisa. É daí que vem a expressão “Compartilhe até doer”. Compartilhar também envolve se importar tão profundamente com o outro, que não achamos que merecemos nada em troca.

Em outras palavras, para realmente compartilhar como a Luz, tem que ser incondicionalmente, sem qualquer interesse próprio.

Gostaria de compartilhar com vocês a história de Rav Aharon de Carlin, que um dia, sentiu o aroma do Jardim do Éden ao passar por uma casa. O aroma era tão forte, que ele sentiu que devia entrar na casa e encontrar de onde vinha aquele perfume incrível. Seu olfato o conduziu diretamente a um quarto, onde viu uma roupa de palhaço. Ele perguntou ao dono da casa sobre a roupa e o homem lhe contou a seguinte história:

“Muitas vezes, eu tento arrecadar dinheiro para os necessitados. Uma pessoa pobre pode vir até mim e eu vou sair pela cidade tentando juntar o que conseguir para ela. Certa noite, um homem veio pedir por dinheiro, e como de costume fui buscá-lo; mas por algum motivo, nessa noite em particular ninguém queria me dar nem um centavo! Depois que voltei para casa, outra pessoa veio e implorou para que eu saísse e pedisse dinheiro para ela também; então voltei para a rua e novamente fracassei. Mais tarde ainda, outra pessoa veio pedir ajuda, e pelo menos dessa vez, consegui obter a quantia que o homem havia pedido. Dei o dinheiro a ele e desabei na cama, exausto e pronto para dormir.

“De repente, escutei uma batida na porta. Era um homem extremamente pobre. Eu queria ajudá-lo, mas estava tão cansado, e já tinha pedido dinheiro para todas as pessoas que conhecia. Ele implorou, até que finalmente tive uma ideia. Havia um homem rico na cidade que odiava fazer caridade, mas talvez a Luz o fizesse dar alguma coisa ao menos desta vez.

“Fui procurar o homem rico e o encontrei em uma taberna, bêbado. Quando lhe contei o que estava acontecendo, ele me lembrou que nunca fazia caridade, e então disse: ‘Como agora estou de bom humor, se você fizer uma coisa por mim, vou fazer uma exceção só desta vez. Tudo o que quero é que você vista esta roupa de palhaço e ande pela cidade!’ O homem rico gargalhou alto, porque achou que ninguém faria uma coisa dessas, pois seria motivo de chacotas e risos .

“Mas pensei comigo mesmo: ‘Se eu não fizer isso, haverá um homem pobre que ficará sem nada’. Então peguei a roupa de palhaço e a vesti. Claro, riram de mim, cuspiram na minha cara e fui ridicularizado. Mas graças a Deus consegui o dinheiro para o homem que estava necessitado”.

Ao escutar essa história, Rav Aharon disse ao dono da casa: “Se você for enterrado com essa roupa de palhaço, sua alma vai direto para o Céu”.

O ensinamento aqui é que a bênção não chegou para o homem somente porque ele compartilhou. Foi a distância que ele se dispôs a percorrer para compartilhar! Ele foi muito além da sua zona de conforto, porque se importava profundamente – com um completo estranho.

Tente compartilhar até doer esta semana. Não temos que chegar ao nível do homem da história, ao ponto de cuspirem e rirem de nós, mas devemos ao menos querer alcançar esse nível.

O desejo intenso de compartilhar é o que realmente nos conecta com a Luz.

Tudo de bom,

Yehuda.